GCM de Embu das Artes: uma história política de segurança na cidade

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A GCM de Embu das Artes foi criada há mais de 15 anos, em 2003. Com a implementação da guarda, o município saiu do ranking das cidades mais violentas do Estado de São Paulo. Em 2017, o prefeito Ney Santos assumiu a prefeitura e em seu primeiro ano de mandato criou a Secretaria de Segurança Pública e com isso a Ronda Ostensiva Municipal – a Romu, em busca de levar mais segurança nos bairros.

No entanto a prática é outra. A realidade é de uma GCM sucateada e que acumula diversas denúncias, seja de moradores contentes com o aumento do efetivo, seja de moradores descontentes com o efetivo. Desde falta de coletes e armamentos, festas irregulares, acordos com alguns bares da cidade que com a permissão perturbam a população, até abuso de autoridade em alguns casos. Com a troca de comando, a situação ficou ainda pior. O objetivo de todo agente público eleito pelo povo, que deveria ser levar melhorias para os munícipes, passa a ser de angariar votos.

A troca de comando na guarda

Em 2019, o ex-secretário de Segurança Pública, Denis Viana ameaçou entregar o prefeito Ney Santos para polícia. De acordo com informações, os irmãos Viana (Denis, o secretário, e Marco, ex-comandante) em uma reunião alertaram para a existência de um dossiê completo que incrimina o prefeito Ney Santos (Republicanos). Na discussão acalorada evidenciou a complexidade do sistema de segurança em Embu das Artes.

Semanas depois, Thiago da Autoescola Maranhão foi nomeado Secretário de Segurança e ocorreu a troca de todo comando. Ao que tudo indica os ânimos foram acalmados, e Denis Viana disputará as eleições para vereador na chapa Ney Santos – Hugo Prado.

O site Embu News teve acesso a diversas denúncias que evidenciam o descaso com a GCM. Em meio a pandemia do novo coronavírus, os guardas relataram que devido a falta de coletes, os mesmos são compartilhados. Ou seja, o agente trabalha 12 horas em seu plantão encerra e deixa o colete para o próximo agente, uma prática incomum nas guardas pelo Brasil.

Além de falta de equipamentos de uso pessoal, também faltam armamentos adequados, apesar de Ney Santos frequentemente falar de valorização da GCM.

Secretário interfere no trabalho da GCM

Segundo relato de um guarda, no dia 23 de agosto, após reclamação de perturbação de ordem e sossego, o dono de um estabelecimento ligou para o secretário, que foi até o local para proibir o trabalho da GCM.

“No último dia 23, por volta de 19h, uma equipe nossa foi fechar um bar neste endereço, com quase 100 pessoas dentro com música alta e algazarra. Devido a multidão e o dono do bar se intitular amigo do secretário Tiago e desrespeitar a ordem de fechamento foram chamadas todas as viaturas, inclusiva as ROMU. Cerca de 20 minutos chegou o secretário Tiago para impedir o fechamento, mas os guardas se recusaram a atender a ordem do secretário, e após esvaziar o bar o fecharam. O bar não tinha nenhuma autorização para funcionar, nem CCM e nem alvará, e estava em desacordo com o decreto estadual de evitar aglomerações. Segundo alguns GCMs que estão indignados com a interferência do secretário no cumprimento da lei, são várias ocorrências que Tiago tenta interferir.”

Vereador dá carteirada e interfere no trabalho da GCM

Outra denúncia é de abuso de poder por parte de um vereador da cidade. Os guardas municipais realizavam na madrugada uma ação de fechamento de um bar no Jardim Júlia, porém o vereador interferiu e agrediu um dos guardas.

Os agentes, que cumpriam seu papel, foram presos e indiciados por abuso de autoridade, mas estavam apenas cumprindo sua função, uma vez que o bar estava aberto após às 23h.

Mais recentemente os casos se intensificaram. Segundo alguns números enviados por guardas ao site Embu News, cerca de 90% das ligações ao 153 não são averiguadas. Dependendo da localização, não são enviadas viaturas. A ordem, segundo denúncias, é de não patrulhar certos estabelecimentos e certos bairros.

Por falta de carros, guardas são obrigados a patrulhar em ônibus

Outra determinação é que os guardas andem de ônibus, sem destino. Subam em um ônibus e fiquem em pé.

A determinação teria surgido por conta do baixo número de carros disponíveis para os mais de 200 guardas. O número oficial é de 19 viaturas, porém por uma inconsistência no contrato com a empresa gestora dos carros, muitas viaturas precisam de manutenção, vão para a garagem e não voltam mais.

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