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Tadeu Veron

O comício de Renato Oliveira é a prova da falência política de Embu das Artes

Tadeu Veron

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No último sábado, 18, o braço direito de Ney Santos, o ex-secretário de comunicação Renato Oliveira, realizou um comício de lançamento de sua pré-candidatura à vereador por Embu das Artes.

Com mais de cem carros presentes em um sistema de “drive-in” e um orçamento total de 32 mil reais, Renato e a cúpula do governo falaram por cerca de duas horas para um público de lideranças, apoiadores e servidores nomeados no estacionamento perto do Parque Francisco Rizzo, onde estava instalado o hospital de campanha dias atrás.

Renato, que responde por tentativa de assassinato de Gabriel Binho, é um virtual eleito. Move multidões através de ações com sua ONG “Play No Bem” e sua influência a equipe de comunicação da prefeitura de Embu. Se não for preso até dezembro, suas chances como um eleito nas urnas é gigante.

Então, o que explica então um réu confesso a ser tão popular?

A historia de Renato Oliveira

A história do comício de sábado começou muito antes, alguns anos antes, em manifestações na Av. Paulista.

Renato foi um dos líderes do conhecido MBL – Movimento Brasil Livre, a frente de carros de som e gritando palavras de ordem para milhares de pessoas.

Após algumas viagens para Brasília e noites de sono na casa de Bolsonaro, Renato foi expulso do MBL por se associar a um criminoso: Ney Santos.

Hoje, MBL renega a imagem de Renato Oliveira. O grupo removeu todas as imagens com o político de Embu das Artes e não associa a sua imagem a imagem do grupo. Ao entrarmos em contato com o MBL, o grupo respondeu: “são imagens dele, e não do MBL!”. O que é um motivo de orgulho para Renato, é um motivo de vergonha para o grupo.

Renato Oliveira com os membros do MBL, Kim Kataguiri e Fernando Holiday na av. paulista

Em Embu das Artes, Renato foi um dos coordenadores da campanha de 2016 do atual prefeito. Com senha de Facebook de lideranças, obrigando usuários a postarem contra suas vontade elogios ao então candidato a prefeito, organizou reuniões com palavras de ordem contra o então candidato a prefeito, Geraldo Cruz.

Assim que assume a prefeitura, Renato se torna secretário adjunto de comunicação, e um ano depois já se tornava um dos cães de guarda de Ney Santos nas redes sociais. Ameaçou um comerciante ao enviar a vigilância sanitária em seu estabelecimento, ameaçou Geraldo Cruz atraso de IPTU, ameaçou cidadãos nas redes dia após dia.

Em uma ocasião recente, Renato Oliveira espancou um morador de rua que supostamente teria “mexido em mesas e cadeiras de seu bar”. Deixou o morador de rua ensanguentado perto da Rua Nossa Senhora do Rosário, no centro da cidade.


VEJA: Ao lado de Kim Kataguiri, criminoso Renato Oliveira era protagonista do MBL


Réu por tentativa de homicídio triplamente qualificado

Em dezembro de 2018, três dias após o Natal, Renato Oliveira tentou matar Gabriel Binho por suas charges críticas ao governo. Com um atropelamento e três tiros, Renato e seu amigo Lenon Roque foram descobertos alguns meses depois, quando uma fonte indicou o autor dos tiros.

Binho recebeu uma mensagem após a tentativa de homicídio:

Mensagem supostamente enviada por Renato Oliveira a Gabriel Binho

“us proximu tiro vai se no meio da cara”

Durante alguns meses em 2019, Renato Oliveira se calou. Longe das redes sociais, tentou abafar o caso. Mas no meio do ano, Ney Santos o nomeou novamente como secretário de comunicação, desta vez como titular da pasta.

Porém, fontes garantem que durante todos os anos de gestão, sempre foi Renato quem comandou – mesmo informalmente – a secretaria de comunicação. Prioridades, modo de operar, quem é contratado, quem é demitido, tudo é operado por Renato Oliveira, expulso do MBL e réu por tentativa de assassinato de Gabriel Binho.

Então no último sábado, dia 18, Renato Oliveira organizou um comício com essa estrutura: seus funcionários da equipe de comunicação da prefeitura, pagos com dinheiro público e apoio político daquele que é seu padrinho, o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos.


VEJA: Caso Binho completa 2 anos; relembre todo o caso


O falecimento de seu amigo, Bruno Nascimento

Renato sempre contou com uma amizade sólida: Bruno Nascimento, conhecido como Bruno Cabeleireiro.

Bruno sempre esteve ao lado de Renato em todos os lugares. Nomeado como funcionário da prefeitura e braço direito de Renato, Bruno defendia Renato em todas as ocasiões.

Em 2020, infelizmente Bruno faleceu em plena pandemia da COVID-19. Por problemas de pulmão, o cabeleireiro não resistiu.

Porém, alguns dias antes de contrair a doença, Renato e Bruno se desentenderam. Bruno, incomodado com atitudes de Renato, resolveu apoiar outro candidato a vereador na cidade: o então secretário de segurança, Denis Viana.

Renato não aceitou. Bruno foi exonerado da prefeitura e ameaçado. “Você vai ter que voltar a ser cabeleireiro, nunca mais vai conseguir nada nesta cidade”, Renato falou para Bruno em uma discussão.

Mas no evento, mesmo tendo exonerado Bruno da prefeitura e discutido, Renato chorou e usou a morte de Bruno como um “incentivo de Deus a sua trajetória política”, colocando a foto de Bruno no telão.

Renato Oliveira exibe Bruno Nascimento no telão de seu comício como candidato a vereador
“Em memória de um grande amigo”

A fuga de Renato da justiça

Em 2019 o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, foi parado em uma blitz na cidade de Cosmópolis e encontraram em seu carro uma arma com numeração raspada. Durante o processo, os advogados de Ney inseriram Renato no processo como testemunha. Segundo a defesa de Ney, “Renato é uma peça fundamental”.

Porém, com o endereço errado, os oficiais de justiça não conseguiram intimar Renato. Uma contradição, já que Renato esteve na Globo para falar sobre os problemas do comércio de Embu durante a pandemia, e com evento com centenas de pessoas, mas longe da justiça, por um endereço informado errado.

Aparentemente, a estratégia parece postergar o julgamento para depois das eleições. Tanto Renato quanto Ney se beneficiam de um julgamento adiado. Os oficiais de justiça até hoje não encontraram o popstar das redes sociais. É impossível encontrar Renato nos endereços informados e ele não atende os telefonemas da justiça. Um fugitivo a céu aberto e com convites para seus eventos.

O futuro de Renato Oliveira

Com a pandemia, o julgamento de Renato Oliveira e Lenon Roque foi adiado. Ainda sem data, Renato será julgado por um júri popular pela tentativa de assassinato.

A história de Renato Oliveira mostra uma série de contravenções, assédios e crimes.

Hoje, é candidato a vereador pelo MDB (antigo PMDB), partido que Renato chamou “escória do Brasil” em comícios do MBL na Av. Paulista. Assim como tudo em sua trajetória, Renato trata a política como um jogo.

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  • É muito triste e vergonhoso, termos em nossa prefeitura homens desonestos , alguns criminosos e moradores enganados ! Precisamos de justiça , de moralidade e decência .

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