Em sessão acalorada da Câmara Municipal de Embu das Artes nesta quarta, 5 de fevereiro, o presidente da casa, Abel Arantes, fez duras críticas à administração municipal, acusando o governo de utilizar “opressão política” contra os vereadores e, consequentemente, prejudicar a população. Em seu pronunciamento, Abel Arantes destacou que disputas políticas internas estariam impactando diretamente projetos sociais e obras essenciais para a cidade.
“Sabemos o quanto estão usando da covardia por uma opressão política. E sabe quem paga tudo isso? É o povo”, declarou o presidente da Câmara. Abel Arantes afirmou que problemas entre o Executivo e o Legislativo devem ser resolvidos diretamente entre os representantes políticos, sem afetar os serviços públicos.
“Você tem algum problema com o vereador, resolva com o vereador. Se você tem algum problema com o presidente da Câmara, resolva com o presidente da Câmara. Agora, punir o povo por questões políticas é muito feio” – Abel Arantes, Presidente da Câmara Municipal de Embu das Artes
Projetos paralisados e impacto na população
Durante o discurso, Abel Arantes citou projetos sociais e obras que estariam paralisados por suposta retaliação política. Ele mencionou o Projeto Sonho de Infância, no bairro Pinheirinho, e o Projeto Ação, no Santa Clara, além de associações locais que estariam enfrentando dificuldades para manter atividades sociais. “Será que está punindo o vereador? Não, pessoal. Está punindo é o povo”, afirmou.
O presidente também fez um apelo direto ao prefeito de Embu das Artes, ressaltando que apoiou a atual administração durante a campanha eleitoral e que, por isso, sente-se no direito de cobrar providências. “Esse governo foi o que eu pedi voto. Eu pedi voto para esse governo estar aí. Então nós vamos cobrar esse governo que nós colocamos”, declarou.
Clima de tensão e acusações de censura
Abel Arantes relatou ainda que, por 35 dias, os vereadores ficaram em silêncio, ouvindo apenas “um lado da história”, com a predominância de informações divulgadas por veículos de comunicação alinhados ao governo.
“Ficamos 35 dias calados, apanhando, só vendo um lado da história. Com vários canais de informações ligados ao governo que todos sabem. E nós calados, escutando para aprender. Só que sabe o que a gente aprendeu? Que é só a versão deles”, Abel Arantes.
O vereador também compartilhou experiências pessoais, mencionando críticas e ofensas que teria recebido, inclusive quando assumiu a presidência da Câmara. “Quantas vezes pessoas que andavam do meu lado falavam que eu não teria condição, não acreditavam em mim, me chamavam de louco. No dia que nós estávamos presidindo a primeira sessão, eu vi pessoas me chamando de ‘merda’. Só que nos bastidores a conversa é outra”, desabafou.
Apelo ao prefeito e encerramento do discurso
Arantes concluiu o discurso pedindo que o prefeito deixe de lado as disputas políticas e foque nas necessidades da população. “Ilustríssimo Prefeito, faça o seu trabalho. Pare, por favor, de oprimir o povo. Se o senhor tem algum problema com essa presidência, com essa Câmara, com alguns vereadores, trate no individual com os vereadores. Não oprima o povo. O povo não tem nada a ver com isso.”
A fala de Abel Arantes reflete um momento de tensão política em Embu das Artes, com indícios de conflitos entre o Legislativo e o Executivo, cujas consequências, segundo o presidente da Câmara, estão sendo sentidas diretamente pela população. Até o momento, a Prefeitura de Embu das Artes não se manifestou sobre as declarações.
