Nesta segunda, dia 17 de março, a Polícia Civil e o Ministério Público (MP) de Taboão da Serra concluíram que a tentativa de homicídio foi forjada.
De acordo com a investigação, o objetivo da simulação era fazer com que Aprigio sensibilizasse os eleitores para votarem nele e, assim, derrotar seu adversário no segundo turno, candidato Engenheiro Daniel (União Brasil).

A arma usada na fraude, um fuzil AK-47, foi comprado por R$ 85 mil. E os executores receberam R$ 500 mil, no total, para simularem o ataque.
Abaixo, perguntas e respostas sobre o que se sabe da investigação até agora.
Quem são os mentores do plano de atentado forjado contra o ex-prefeito Aprígio?
Segundo as investigações, 3 secretários da prefeitura planejaram a simulação: José Vanderlei (ex-secretário de Transportes), Ricardo Rezende (ex-secretário de Obras) e Valdemar Aprígio (ex-secretário de Manutenção). O sobrinho do prefeito, Christian Lima Silva, também é suspeito de ter ajudado no crime.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na casa dos três ex-secretários. Ricardo Rezende e Valdemar Aprígio (que é irmão do ex-prefeito) foram presos preventivamente.

O ex-prefeito teve participação no plano de atentado forjado?
O delegado do caso deu declaração em entrevista e disse que investigação apontou indícios, mas que não há provas.
“Não há ainda como eu afirmar categoricamente que ele estava participando disso. A gente tem os indícios, algumas coisas que são… [sic] Não vou dizer estranho, mas, assim, fogem da normalidade. Mas ainda não tenho uma prova cabal para dizer assim: ‘Olha, ele participava disso’. Não posso falar”, disse o delegado, em coletiva a jornalistas.
Qual é a prova mais contundente de que o atentado foi forjado?
Segundo a polícia, o prefeito esteve em “alto grau de vulnerabilidade por diversas vezes” no dia do atentado e polícia desconfia desse comportamento. “Se era para fazer um atentado contra o prefeito, ele esteve em alto grau de vulnerabilidade por diversas vezes naquele dia e os indivíduos estavam na região, estavam próximos e ninguém atirou. Quer dizer, ele estava fora do carro. Aquilo já começou a deixar uma suspeita maior para a gente. Ficou difícil de você conseguir acreditar que, se era para efetivamente ceifar a vida dele, por que que não aproveitaram quando ele estava fora do veículo?”, questionou Bressan.
Foi um atentado para beneficiar Aprígio nas eleições de 2024?
Segundo um dos investigadores, as buscas funcionam como um meio probatório para chegar aos autores intelectuais do crime. E fica claro que o plano surgiu do grupo político de Aprígio.
O que se tem de elementos é este plano partiu do grupo político do prefeito Aprígio. São os elementos que temos até o momento, falou o investigador do caso, Juliano
Estava nos planos Aprigio ser efetivamente baleado?
Ao ser perguntado se foi um acidente, o delegado Bressan disse que “acidente é quando um pires cai no chão“, e que um tiro de fuzil tem uma probabilidade grande de passar por um veículo blindado.
“Na verdade, o que temos é que o primeiro tiro foi dado pelo passageiro do carro. Ele deve ter se atrapalhado e quem estava no volante pegou a arma e começou a atirar. Ele foi atirando, e a blindagem não foi capaz de suportar. É um milagre ele estar vivo”, completou o delegado.
O ex-prefeito Aprigio será ouvido novamente?
A polícia irá avaliar os elementos apreendidos e decidirá se irá ouvir novamente o ex-prefeito Aprígio.
Qual a origem e destino do dinheiro apreendido nesta segunda-feira?
O dinheiro estava no cofre pessoal dentro da casa do prefeito Aprígio e, segundo o ex-prefeito, está declarado em seu imposto de renda.
O outro lado
Ouvido pela Rede Globo, Allan Mohamed, advogado de Aprigio, disse que Aprigio “está seguro tranquilo“, e que “o prefeito é vítima, foi vítima de um atentado contra sua vida”.
Segundo o advogado de Aprigio, “a vida dele naquele momento foi comprometida”.
“Ele ficou muito surpreso com a informação de que foi algo forjado aí. Vocês têm que analisar de uma forma que, se o crime existiu de forma a ser forjada, ele sofreu um tiro de um armamento pesado. Então, a vida dele naquele momento foi comprometida.” — Allan Mohamed, advogado de Aprigio, em resposta à TV Globo