Vereador Juneca Acusa administração de Embu das Artes de perseguição política e irregularidades na gestão pública

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Na primeira sessão ordinária da Câmara Municipal de Embu das Artes, o vereador Juneca fez graves denúncias de perseguição política e irregularidades na administração municipal. Em um discurso contundente, o parlamentar afirmou que está sendo alvo de retaliações desde que rompeu com a base do governo e adotou uma postura independente na Casa.

Denúncia de Perseguição Política

“Quem fala a verdade não merece castigo”, declarou Juneca, ao relatar que, após conversas tensas com o prefeito Hugo Prado e mudanças na presidência da Câmara, passou a enfrentar represálias. O vereador citou a remoção de um veículo de sua propriedade como exemplo da perseguição, alegando que a ação foi ordenada pelo secretário de Transportes, Kal, sem qualquer notificação prévia.

O parlamentar afirmou que o veículo era usado em ações sociais no bairro, mas destacou que a questão vai além do episódio. “Isso é apenas um reflexo do que acontece quando se ousa questionar a administração”, declarou.

Contexto Político: Tensão na Câmara Após Eleição da Nova Mesa Diretora

As denúncias de Juneca ocorrem em meio a um clima de forte tensão política na Câmara Municipal. A eleição da nova Mesa Diretora provocou um realinhamento de forças, dividindo vereadores que antes integravam a base do governo e aqueles que passaram a adotar uma linha independente, como Juneca. O parlamentar, que anteriormente apoiava o Executivo, agora faz duras críticas à administração, gerando desconforto entre aliados do prefeito Hugo Prado.

O presidente da Câmara, Abel Arantes, também é contrário à base do governo, o que, segundo fontes internas, tem acirrado as tensões entre o Legislativo e o Executivo. Há acusações de que a administração municipal estaria centralizando decisões e dificultando o trabalho dos vereadores que buscam maior transparência e autonomia.

Juneca, eleito com forte apoio popular em seu bairro, tem usado a tribuna para denunciar o que considera práticas autoritárias por parte da gestão municipal. “Não podemos aceitar que a administração trate a cidade como se fosse propriedade particular. Somos representantes do povo e temos o dever de fiscalizar”, afirmou.

Críticas à Administração e Questionamentos sobre Irregularidades

Durante sua fala, o vereador fez críticas diretas à gestão municipal, apontando falhas na administração de recursos públicos e na prestação de serviços essenciais. Entre as questões destacadas, estão o caminhão de fossa quebrado há mais de seis meses, atrasos nos pagamentos de funcionários da saúde e a ausência de kits escolares no início do ano letivo.

“Vamos falar de coisas que realmente interessam para a população”, afirmou Juneca, acusando a administração de priorizar disputas políticas em detrimento das necessidades da cidade.

Ele também questionou a transparência da Secretaria de Transportes em relação aos contratos de guincho. “Quero saber todos os contratos do guincho, as empresas envolvidas e para onde estão indo os veículos apreendidos. Estamos falando de mais de R$ 335 mil. Quero entender o que está acontecendo”, cobrou.

Confronto com a Vereadora Aline

Durante o discurso, a vereadora Aline pediu esclarecimentos sobre o veículo citado por Juneca. Segundo ela, havia informações de que o carro havia sido vendido e que sua remoção estaria relacionada a questões ambientais, como a proliferação de insetos que poderiam prejudicar a saúde de crianças da região.

Juneca negou as acusações e afirmou que a remoção foi parte de uma retaliação política. O vereador acusou Aline de ter influência na decisão e apontou conversas com o secretário de Transportes que, segundo ele, confirmariam a interferência.

A vereadora Aline negou qualquer envolvimento direto e destacou que não tem autoridade para ordenar a retirada de veículos. “A questão chegou até nós por conta da poluição ambiental. O veículo estava parado e causando riscos à saúde das crianças que moram na região”, justificou.

O embate entre Juneca e Aline evidencia o clima de animosidade entre os parlamentares e o cenário político conturbado da cidade. A disputa pelo controle da narrativa e a busca por apoio popular tornam cada sessão da Câmara um palco para confrontos políticos.

Posicionamento da Presidência da Câmara

O presidente da Câmara, Abel Arantes, interveio para esclarecer o procedimento legal de remoção de veículos no município. Segundo ele, a legislação municipal determina que o Departamento de Trânsito e a Secretaria de Mobilidade Urbana devem notificar o proprietário do veículo com, no mínimo, 24 horas de antecedência antes de realizar a remoção.

“A notificação é obrigatória para que o processo de remoção aconteça de maneira regular, independentemente do tipo de veículo envolvido”, afirmou Abel Arantes.

Apesar da tentativa de neutralidade, o posicionamento de Abel não foi suficiente para acalmar os ânimos, já que Juneca e outros vereadores contrários à base do governo veem a administração municipal como resistente a críticas e questionamentos.

Compromisso com a Comunidade

Ao encerrar sua fala, Juneca reafirmou seu compromisso com a população e garantiu que continuará lutando contra o que chamou de perseguição política. “Na política, tudo passa. Se eu fizer um bom trabalho, continuo aqui. Estou aqui por vocês”, declarou.

O vereador garantiu que continuará investigando a atuação da Secretaria de Transportes e buscará explicações sobre os contratos de guincho e a gestão dos recursos públicos. “Querem me perseguir? Façam isso comigo. Mas não façam com o povo. O meu papel aqui é representar quem me colocou nesta cadeira”, concluiu.

A sessão foi encerrada com a promessa de novos desdobramentos. Juneca se comprometeu a apresentar requerimentos formais para apurar a legalidade das ações da Secretaria de Transportes e a administração dos recursos públicos. Nos bastidores, a expectativa é de que a tensão entre os vereadores e o Executivo aumente nas próximas sessões, refletindo a crescente polarização política na cidade.

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