Em uma sessão marcada por discursos inflamados e denúncias graves, o vereador Gilberto Oliveira da Silva, conhecido como Índio Silva, fez duras críticas à gestão municipal de Embu das Artes e ao ex-prefeito Ney Santos. O destaque da sessão foi o forte apelo de Índio pela convocação do Secretário Municipal da Fazenda, José Roberto, para explicar os constantes atrasos no pagamento de salários e rescisões de funcionários públicos.
Convocação do Secretário de Finanças Ganha Destaque na Sessão
O vereador não poupou palavras ao cobrar a presença do Secretário de Finanças na Câmara. Segundo Índio, a situação financeira da cidade chegou a um ponto insustentável, afetando diretamente a vida de trabalhadores que dependem dos salários atrasados para sustentar suas famílias. “Isso não é só uma questão administrativa. Estamos falando da dignidade de pais e mães de família que estão sem receber seus salários. O Secretário precisa vir aqui e explicar o que está acontecendo com o dinheiro público”, disparou.
Índio fez um apelo direto ao vereador Roxinha, que ainda não havia se manifestado sobre o tema, pedindo apoio para aprovar a convocação do secretário. “Roxinha, não é questão de oposição ou situação. É uma questão de respeito ao povo. Tem gente passando necessidade porque a Prefeitura não cumpre com suas obrigações”, afirmou.
O vereador foi além e deu um ultimato ao Secretário José Roberto: “A partir de hoje, o senhor tem 15 dias para se apresentar aqui e resolver essa situação. Caso contrário, vou apresentar um novo requerimento para convocar o prefeito Hugo Prado. Se o Secretário não dá conta, o prefeito vai ter que explicar para esta Casa e para a população por que os trabalhadores estão sem receber.”
“Aqui Não Tem Bandido”: Índio Silva Responde a Ney Santos
Outro ponto de destaque no discurso de Índio foi a resposta direta ao ex-prefeito Ney Santos, que, segundo o vereador, insinuou que parlamentares estariam extorquindo o atual prefeito Hugo Prado. “Aqui não tem bandido, aqui não tem ladrão. Você chamou vereadores aqui de bandido, de ladrão”, afirmou, em tom de indignação.

Índio desafiou Ney a tentar retornar à política sem o apoio dos vereadores. “Vamos ver se o senhor se elege em 2026 sem os 11 vereadores que estão aqui defendendo o povo. Quem vota aqui são pais de família, gente honesta, que não vai aceitar ser desrespeitada.” O vereador reforçou que a cobrança por transparência e respeito aos servidores não é um ataque político, mas uma obrigação ética.
Críticas à Gestão Hugo Prado: Salários Atrasados e Direitos Violados
Apesar de afirmar que não faz parte da oposição, Índio Silva não poupou críticas à administração municipal, destacando problemas sérios na gestão financeira da cidade. O vereador denunciou o atraso no pagamento de salários e rescisões de funcionários públicos, enfatizando o impacto direto na vida dos trabalhadores.
Ele citou casos concretos de pessoas prejudicadas pela má gestão financeira da Prefeitura. Um dos exemplos foi o de um trabalhador que perdeu a oportunidade de começar em um novo emprego porque a Secretaria de Finanças não deu baixa em sua carteira de trabalho. “Isso é um desrespeito com o trabalhador. Como é que uma pessoa consegue um novo emprego e não pode começar porque a Prefeitura não faz o básico?”, questionou.
Índio também destacou o abandono dos profissionais da saúde que atuaram na linha de frente durante a pandemia de Covid-19. “Na Covid, era marketing dizendo que esse era o melhor médico, o melhor enfermeiro. Passou a Covid, chutaram a bunda deles. E estão sem receber até agora.” A crítica expõe não só a falta de pagamento, mas também o descaso com profissionais que foram essenciais em um dos momentos mais críticos da história recente.
Tensão na Câmara e Expectativa por Desdobramentos
O discurso de Índio Silva evidenciou o crescente clima de tensão entre o Legislativo e o Executivo em Embu das Artes. Embora o vereador insista em afirmar que não faz parte da oposição, suas críticas contundentes refletem um descontentamento generalizado entre os parlamentares, que cobram maior transparência e respeito por parte da administração municipal.
Encerrando sua fala, Índio reforçou que sua postura é em defesa dos trabalhadores e da população de Embu das Artes. “Aqui não tem bandido, não. Aqui tem homem, pai de família. E quando o senhor chamou de bandido, o senhor não chamou só os 11, não. O senhor chamou foi todos.”
Nos bastidores, a expectativa é de que a pressão sobre a gestão de Hugo Prado aumente nas próximas sessões. Caso o Secretário de Finanças não compareça à Câmara no prazo estipulado, o vereador Índio Silva já anunciou que pedirá a convocação direta do prefeito. O embate entre o Legislativo e o Executivo promete ser um dos temas centrais na política local em 2025.