Na primeira sessão ordinária da Câmara Municipal de Embu das Artes em 2025, o vereador Bobilel do Castilho fez um discurso inflamado na tribuna, no qual defendeu a independência do Legislativo e criticou tanto colegas vereadores quanto a administração do prefeito Hugo Prado. Bobilel destacou sua insatisfação com a condução de políticas públicas, especialmente no combate às enchentes, e a falta de atendimento às demandas da população por parte da Prefeitura.
Defesa da independência da câmara e críticas a colega parlamentar
O vereador iniciou sua fala desejando sucesso aos parlamentares reeleitos e aos novos membros da Câmara, mas rapidamente direcionou críticas ao vereador Rochinha. Segundo Bobilel, Rochinha demonstrou despreparo ao desrespeitar a atuação dos vereadores ao comparar o ambiente da Câmara a uma “novela”.
“Quando eu vejo o Rochinha fazer uma fala dessas, eu fico triste, Rochinha, porque você é meu amigo. Sempre torci por você, levantei sua bandeira, mas fico decepcionado com o seu despreparo nessa Câmara, onde você diz que isso aqui é uma novela. Isso desrespeita todos os 21 vereadores dessa casa”, afirmou o vereador.
Bobilel defendeu que a Câmara deve atuar de forma independente, mas sem se opor automaticamente ao Executivo. “Nós não somos contra o governo Hugo Prado. Nunca fomos. Queremos uma Câmara independente para lutar pelo que o povo realmente precisa, não por interesses políticos”, disse.

Críticas à administração municipal e problemas sociais
O vereador também teceu duras críticas à administração do prefeito Hugo Prado, acusando a gestão de prejudicar diretamente a população por conta de disputas políticas. Um dos pontos abordados foi a interrupção da distribuição de sacolas de alimentos para moradores da região do Castilho, o que, segundo ele, afetou especialmente os idosos.
“Você acha justo, Rochinha, tirar a sacolinha do povo? Cinco tomates, duas cebolas, um pepino e um alface fazem diferença para essas pessoas. Estão mandando velhinhas de 70 anos buscar essas sacolas lá no Perequê. Isso é justo? Isso é resultado de briga política?”, questionou.
Bobilel também criticou o que chamou de desgoverno da cidade, apontando problemas na infraestrutura e na falta de assistência a moradores afetados pelas chuvas. “O São Luiz não aguenta uma chuva. As casas estão desmoronando e ninguém faz nada. Procurei o Raul, procurei os secretários, e ninguém resolve. Está desgovernado”, disparou.
Cobrança por respeito e atuação dos secretários
Em tom firme, o vereador cobrou respeito dos secretários municipais, alegando que as demandas não atendidas não são problemas pessoais, mas sim questões que afetam diretamente a população. “Quando o senhor secretário não me atende, não está me prejudicando. Está prejudicando o povo que paga o seu salário. São funcionários que ganham R$ 20 mil para dizer não para vocês”, declarou.
Bobilel finalizou seu discurso reafirmando seu compromisso com os eleitores e destacando que sua atuação é voltada para o bem-estar da comunidade, e não para interesses políticos. “Eu não estou aqui para ser oposição por oposição. Estou aqui para defender o povo que paga nosso salário. E, para isso, a Câmara precisa ser independente e respeitada”, concluiu.
Repercussão e expectativas
O discurso de Bobilel do Castilho expôs o clima de tensão entre vereadores e a administração municipal, refletindo um cenário de divisão dentro da Câmara de Embu das Artes. Enquanto parte dos parlamentares defende maior independência do Legislativo, outra ala busca manter a proximidade com o governo municipal.
A população, que enfrenta desafios como enchentes e problemas sociais, acompanha de perto os desdobramentos desses embates, aguardando por ações concretas que melhorem suas condições de vida. O debate sobre o papel da Câmara e o relacionamento com o Executivo promete continuar acalorado nas próximas sessões, especialmente diante das demandas urgentes que a cidade enfrenta.