EXCLUSIVO — Embu News revela sentença que condena assassino de agente da CET a 26 anos de prisão

Investigação minuciosa, provas contundentes e a dor de uma família marcada pela tragédia. Um caso que mobilizou São Paulo encontra seu desfecho — ao menos parcial — quatro meses após o crime.

Justiça selada com firmeza e exclusividade

O Embu News teve acesso com exclusividade à sentença que condena Luan Schiavotto Gomes, de 25 anos, pelo assassinato brutal do agente de trânsito José Domingos da Silva, crime que comoveu a capital paulista e reacendeu o debate sobre a violência contra servidores públicos.

A decisão, proferida pelo juiz Carlos Alberto Corrêa de Almeida Oliveira, da 25ª Vara Criminal da Barra Funda, é clara e definitiva:

“Julgo procedente a Ação Penal, para condenar LUAN SCHIAVOTTO GOMES […] às penas de 26 anos e 8 meses de reclusão, em regime fechado, sem direito a anistia, graça ou indulto.”

A pena inclui ainda 22 dias-multa, no valor mínimo legal. O réu foi enquadrado nos artigos 157, § 2º, inc. II; §2º-A, inc. I; 157, §3º, inc. I; 29 caput; e 69 caput do Código Penal — configurando o crime de latrocínio.

O servidor público executado em horário de trabalho

José Domingos da Silva, 48 anos, agente da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), foi baleado por um motoqueiro armado na manhã de 13 de março de 2025, na zona sul de São Paulo, enquanto exercia sua função.

Segundo o boletim de ocorrência, José entrou em luta corporal com o criminoso, que efetuou quatro disparos, dois deles fatais. O crime aconteceu entre as ruas Osíris Magalhães de Almeida e Francisco Santoro, no bairro do Campo Limpo. José morreu no local antes da chegada do resgate.

A ação foi registrada por uma câmera corporal acoplada ao uniforme da vítima — uma das provas decisivas para a elucidação do crime.

Corpo do CET baleado em tentativa de assalto em São Paulo/Reprodução

Conexão entre dois crimes e o fio condutor da investigação

Minutos antes da morte de José, outra vítima, André Silva Neri Borges, foi assaltada e teve sua aliança levada. Ele sobreviveu e reconheceu formalmente Luan, tanto na delegacia quanto em juízo.

A frase dita pelo criminoso nos dois ataques — “Vai, vai… você é policial, vou dar dois tiros na sua cara” — foi determinante para reforçar o elo entre os crimes e a autoria.

Veja vídeo da ocorrência


A câmera corporal da vítima registrou o momento em que foi abordado.

As investigações revelaram ainda características físicas, como tatuagens e uma pinta no rosto, que ajudaram a confirmar a identidade do autor. Luan foi preso em um sítio da família, onde alegava estar trabalhando no momento do crime.

Fala exclusiva da viúva: dor, fé e perdão

Em entrevista exclusiva ao Embu News, Érika Araújo, viúva de José Domingos, falou sobre o desfecho judicial e o impacto emocional da tragédia.

“É um sentimento de alívio e de dever cumprido. A justiça do homem e a de Deus — a quem meu esposo era muito fiel — foi cumprida. Mas mesmo depois de tudo que ele fez, eu o perdoo. Porque, por mais que ele tenha destruído minha família…”

Declaração do advogado da família

O advogado Marco Aurélio do Carmo, que representa a viúva, também comentou o resultado do julgamento:

“Trata-se de uma sentença à altura da brutalidade praticada. O Judiciário foi firme, técnico e célere. A condenação de Luan é uma resposta importante à sociedade e uma vitória da verdade sobre a impunidade. A dor da Érika e de toda a família não será apagada, mas agora há uma reparação moral.”

Outro acusado segue foragido

Gabriel Pedroza da Silva, acusado de participação direta no crime, ainda não foi citado pessoalmente e permanece foragido. O processo contra ele foi desmembrado. As autoridades seguem em diligência para localizá-lo e levá-lo à Justiça.

Reconhecimento ao trabalho das polícias

A sentença destaca o papel das polícias Civil e Militar, que agiram com eficiência e integraram tecnologias investigativas com agilidade. O juiz classificou como “louvável” o trabalho conjunto das forças de segurança que, em apenas quatro meses, elucidaram um caso de forte repercussão.

Impacto emocional e suporte institucional

Além de José, a primeira vítima, André, ficou profundamente abalada e iniciou tratamento psicológico com uso de medicamentos controlados.

A CET, em nota oficial, lamentou a morte do servidor e afirmou que presta apoio jurídico e psicológico à família da vítima.

Reflexão

Casos como este expõem a vulnerabilidade dos agentes públicos em serviço e reforçam a importância de tecnologias como câmeras corporais para garantir justiça e transparência. A condenação de Luan representa uma resposta firme à criminalidade e uma vitória para a memória de José Domingos.

Você acredita que a justiça foi feita? Que outras medidas poderiam evitar tragédias como essa? Deixe sua opinião nos comentários e participe do debate.