Linha 4-Amarela será ampliada até Taboão com método austríaco, sem uso do Tatuzão

Obra da Linha 4-Amarela até Taboão adotará o método austríaco (NATM), sem Tatuzão. Extensão terá 3,3 km e duas estações; investimento de R$ 3,4 bi.

Extensão terá 3,3 km, duas novas estações e investimento estimado em R$ 3,4 bilhões; obra adotará o método austríaco (NATM), mais lento que a tuneladora, porém de menor custo e ampla aplicação internacional.

Sem o tradicional “Tatuzão”, a extensão da Linha 4-Amarela até Taboão da Serra avançará com o método austríaco de túneis (New Austrian Tunnelling Method – NATM). A opção prioriza múltiplas frentes de escavação manual e concretagem imediata para estabilização do terreno. A decisão, segundo a operadora, busca eficiência técnica com menor custo frente à tuneladora, embora imponha ritmo diário de avanço mais modesto.

“Com o NATM, a média de avanço é de aproximadamente 1,5 metro por dia; a tuneladora pode chegar a 30 metros. É mais barato, comprovado e amplamente utilizado”, afirmou Antonio Barros Silva, diretor da ViaQuatro.

Como será a escavação: o que muda sem o Tatuzão

O NATM opera em etapas: remoção controlada do solo, aplicação imediata de concreto projetado e, conforme a resistência do terreno, uso de estruturas metálicas, grampos de aço e fibras no concreto. A diferença para o Tatuzão — máquina cilíndrica com mais de 100 metros que escava e instala anéis de concreto simultaneamente — está no ritmo e no custo.

A obra terá várias frentes simultâneas. Em cada frente, será aberto um poço de aproximadamente 30 m de profundidade, de onde partirão duas escavações em sentidos opostos. O avanço ocorrerá com retroescavadeiras, e a montagem dos anéis de concreto será manual.

Obra, prazos e financiamento

  • Extensão: 3,3 km
  • Novas estações: Chácara do Jockey e Taboão da Serra
  • Investimento estimado: R$ 3,4 bilhões
  • Fontes de recursos: Governo de SP (gestão Tarcísio de Freitas), concessionária Motiva (controladora da ViaQuatro) e Banco Mundial
  • Etapas adiantadas: projeto executivo finalizado; licenças ambientais e desapropriações em andamento; demolições iniciais concluídas
  • Próximo passo: assinatura de aditivo com o governo para definir o modelo de aporte financeiro

Onde ficarão as novas estações

Taboão da Serra

A Estação Taboão da Serra será implantada na área da antiga Sorana Sul, com duas entradas: uma pela própria Sorana e outra do lado oposto da Rodovia Régis Bittencourt.

Chácara do Jockey

A Estação Chácara do Jockey ficará próxima ao Parque Chácara do Jockey, na Av. Prof. Francisco Morato, bairro da Vila Sônia.

Benefícios para mobilidade e integração

  • Atendimento estimado: mais de 100 mil passageiros por dia
  • Tempo de viagem: percurso completo da Linha 4 deve ficar em torno de 55 minutos
  • Integração: com terminais de ônibus urbanos e intermunicipais em Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Butantã e outros pontos da zona oeste
  • Trânsito: tendência de queda no fluxo das rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt

Hoje, a Linha 4-Amarela opera 12,8 km com 11 estações (Luz, República, Higienópolis-Mackenzie, Paulista, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros, Butantã, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia). A ampliação empurra o eixo metroviário para o sudoeste da Grande São Paulo, aproximando Taboão da Serra da rede de alta capacidade.

Próximas expansões em estudo

Paralelamente, a concessionária discute a ampliação da Linha 5-Lilás, com 4,3 km e duas novas estações — Comendador Sant’Anna e Jardim Ângela —, com investimento estimado em R$ 3,4 bilhões para obras e desapropriações associadas.


Em síntese: a opção pelo método austríaco pode alongar o cronograma, mas reduz custos e mantém padrões de segurança e eficiência. A chegada do metrô a Taboão da Serra tende a reconfigurar fluxos de passageiros e aliviar gargalos históricos na zona oeste e no entorno da Régis Bittencourt.

Você é morador da região? A expansão da Linha 4-Amarela vai aliviar o trânsito na sua rotina? Deixe sua opinião nos comentários.