Fotos de Tarcísio com Ney Santos reacendem debate sobre possível ligação do governador com o PCC

Encontro público em Embu das Artes expõe novamente a trajetória do ex-prefeito investigado por envolvimento com o crime organizado

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Vice prefeita Dr Bete, Prefeito Hugo Prado, governador Tarcísio de Freitas, Ney Santos e deputado federal Ely Santos Foto: Reprodução/Redes sociais — Acervo público

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, voltou ao centro das atenções após aparecer ao lado do ex-prefeito de Embu das Artes, Ney Santos, durante a inauguração de moradias na cidade, em 24 de setembro. As imagens, divulgadas nas redes sociais, levantaram questionamentos sobre a proximidade entre o chefe do Executivo estadual e uma das figuras políticas mais controversas da região.

Ney Santos já foi condenado por formação de quadrilha e assalto a carro-forte e atualmente é acusado pelo Ministério Público de integrar o PCC (Primeiro Comando da Capital). A aparição pública recente reacendeu debates sobre os limites entre alianças políticas e o histórico criminal de figuras influentes na Grande São Paulo.

Linha do tempo: Ney Santos

  • Antes da vida pública: Acusações e condenação por crimes como formação de quadrilha e assalto a carro-forte (segundo decisões judiciais já divulgadas).
  • 2018: O Intercept publica a reportagem “A trajetória de Ney Santos é um retrato do fracasso das nossas instituições” , detalhando sua ascensão política e os questionamentos sobre vínculos com o crime organizado.
  • Período recente: Registros públicos mostram presença em eventos com autoridades estaduais, sem grande repercussão na imprensa tradicional.
  • 24 de setembro: Aparição pública ao lado do governador Tarcísio de Freitas em inauguração de moradias em Embu das Artes, com fotos compartilhadas nas redes sociais.

E o PCC, Tarcísio?

Observação: As informações acima se baseiam em reportagens, documentos públicos e manifestações do Ministério Público. Não há comprovação apresentada aqui de envolvimento direto de autoridades estaduais com a facção; os fatos apontam a necessidade de apuração e transparência.

O histórico de Ney Santos

A trajetória de Ney Santos, também conhecido como “Ney Gordo”, é marcada por polêmicas. Segundo investigações, ele chegou a ser apontado como liderança do tráfico na zona oeste da Grande São Paulo. Mesmo após condenações criminais, conseguiu se manter na política com decisões judiciais que lhe permitiram reassumir o cargo de prefeito.

Em 2018, o Intercept publicou uma reportagem detalhando essa ascensão: “A trajetória de Ney Santos é um retrato do fracasso das nossas instituições” , que mostrou como o ex-prefeito transitou entre o crime organizado e a política institucional.

Tarcísio e as coincidências que chamam a atenção

Esta não foi a primeira vez que Tarcísio e Ney aparecem juntos em eventos públicos. Nos últimos três anos, há diversos registros fotográficos de ambos, sem grande repercussão na imprensa tradicional. Críticos apontam que, em contexto inverso envolvendo políticos de outros espectros, o tema provavelmente ganharia maior destaque nacional.

  • Doações de campanha: empresária investigada por suspeita de lavar dinheiro para o PCC e para a máfia italiana aparece entre os principais doadores ligados ao entorno político do governador (segundo reportagens investigativas).
  • Segurança na comitiva: um capitão da Polícia Militar, preso por abrir contas bancárias para a facção, atuou como segurança de Tarcísio em pelo menos 25 comitivas (conforme registros citados na imprensa).
  • Aliados estratégicos: líderes partidários próximos, como Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), já foram citados em investigações sobre o alcance financeiro da facção (caso “Carbono Oculto”, segundo relatos da época).

As informações acima, levantadas por reportagens e documentos públicos, alimentam o debate sobre transparência e critérios na composição de alianças políticas. A repercussão também cresce diante da possível candidatura de Tarcísio à Presidência em 2026.

O que está em jogo

Mesmo sem comprovação de envolvimento direto, as coincidências relatadas demandam apuração rigorosa para preservar a confiança nas instituições e garantir que a segurança pública e a política estejam blindadas de interferências criminosas.

Transparência e cobrança de explicações

Especialistas e organizações civis defendem que relações públicas com figuras investigadas sejam esclarecidas de forma objetiva, com cronogramas e documentos. Também reforçam a importância de:

  1. Divulgar agendas e nomeações de equipes de segurança e assessoria com total transparência;
  2. Auditar doações e fornecedores de campanha e de governo;
  3. Estabelecer protocolos para evitar a participação de investigados em eventos oficiais.

Conclusão

O episódio em Embu das Artes vai além de um registro fotográfico em evento oficial: é um sinal de alerta sobre as conexões políticas que cercam o governo estadual. A sociedade tem o direito de saber e de cobrar explicações claras para que a gestão pública se mantenha comprometida com a legalidade e a ética. Como checamos:

Esta matéria se baseia em registros públicos, declarações de autoridades, documentos citados em investigações e reportagens anteriores. Onde coube, indicamos a fonte com link e atribuição (“segundo o Ministério Público”, “segundo reportagens investigativas”). O Embu News permanece aberto a manifestações e contrapontos das partes citadas.

E você, leitor: essas aproximações são casuais ou indicam uma rede de alianças preocupantes? Deixe sua opinião nos comentários.

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