Embu das Artes (SP) – Eram 2h40 da madrugada quando o silêncio das ruas de Chácaras Caxingui foi quebrado por um chamado urgente. Do CECOM, centro de comunicações da Polícia Municipal, partia uma denúncia inquietante: uma Kombi branca estaria sendo usada para furtar cabos telefônicos subterrâneos em uma região residencial da cidade. Ao seu lado, dois outros veículos — um Volkswagen Nivus branco e um Polo preto — fariam a escolta. Uma ação organizada. Rápida. Precisa.











A chegada da polícia e o flagrante
Imediatamente, as viaturas 25104 e 15 foram deslocadas para o endereço indicado: Rua Augusta de Almeida Batista, esquina com a Rua Sião. Ao chegarem, os agentes se depararam com uma cena típica de ações criminosas articuladas. No local, a Kombi branca estava estacionada de forma suspeita. No interior do veículo, dois homens. Ao serem abordados, não conseguiram justificar a carga que transportavam: uma grande quantidade de cabos telefônicos de cobre, já cortados, prontos para desaparecer no mercado clandestino.
Organização e método: indícios de crime articulado
O modo de operação levantou suspeitas imediatas. A presença dos dois veículos de escolta indicava que os suspeitos não estavam sozinhos. Tudo aponta para um possível esquema coordenado, onde um grupo de criminosos se divide entre a ação direta — o corte e coleta dos cabos — e o suporte externo, garantindo segurança na fuga, monitoramento de viaturas e logística de transporte.
Um modus operandi que se repete em diversas cidades do Brasil, alimentando uma rede paralela de comércio de cobre, altamente lucrativa.
Os danos invisíveis à população
Cada cabo cortado representa horas de interrupção em serviços essenciais, como telefonia, internet e monitoramento eletrônico. Isso significa idosos sem contato com médicos, empresas com serviços paralisados e crianças sem acesso à educação online.
Fontes da corporação, sob sigilo, informaram que o bairro já havia registrado outros episódios semelhantes, reforçando a tese de que a cidade vem sendo alvo de ações orquestradas por quadrilhas especializadas.
Prisão e condução à delegacia
Os dois suspeitos foram detidos e conduzidos à Delegacia Central de Polícia, onde o caso foi apresentado à autoridade de plantão. A carga foi apreendida. Os nomes dos detidos não foram divulgados oficialmente.
Os veículos de escolta mencionados na denúncia — o Nivus branco e o Polo preto — não foram localizados no local, mas as imagens de câmeras da região estão sendo analisadas.
O fio condutor do crime: o valor do cobre
O cobre tornou-se um dos materiais mais visados no mercado clandestino. Com cotação em alta, é vendido a ferros-velhos e recicladoras ilegais. Um metro de cabo pode valer de R$ 20 a R$ 50. Em larga escala, o crime se torna altamente lucrativo.
“Não é apenas furto. É crime contra a infraestrutura do município e contra a população. Vamos até o fim nessa investigação”, disse uma fonte ligada à corporação.
A investigação continua
A ocorrência segue em andamento e os desdobramentos podem revelar novos envolvidos. A Polícia Civil investiga conexões com ferros-velhos da região metropolitana de São Paulo.
Qualquer informação pode ser repassada anonimamente aos canais oficiais da polícia.